
Reunião do Fórum de Combate ao Colapso Social e…
Deputado Ernani Polo conduziu encontro que debateu protocolos para uma retomada gradual dos setores produtivos
No sétimo encontro do Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico, conduzido pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ernani Polo, foram convidados para participar representantes de empresas de comunicação. Formado por deputados estaduais e representantes de cerca de 20 entidades, o grupo que se reúne em ambiente virtual desde 26 de março busca caminhos para a retomada dos setores produtivos, com responsabilidade e atendimento às normas de segurança sanitária necessárias frente ao coronavírus.
O deputado Ernani Polo iniciou sua fala destacando a relevância da participação dos veículos de comunicação no encontro. “Nesta sétima edição do fórum, fizemos questão de convidar a imprensa, que tem um papel muito importante neste enfrentamento da crise. Agradeço também aos colegas deputados, aos empreendedores de vários segmentos e demais parceiros que começaram conosco essa mobilização para trocar informações e buscar alternativas seguras para evitar o colapso social e econômico no Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Assembleia.
O deputado afirmou que o papel do Legislativo é construir caminhos e que sempre se priorizou a saúde nas discussões, com apoio às medidas implementadas pelo governo do Estado.
Da mídia, participaram Ciça Kramer, da Band; Marcelo Rech, do Grupo RBS, Mauren Xavier, do Correio do Povo/Grupo Record; Igor Müller, do Grupo Sinos; Cristiano Vieira, do Jornal do Comércio; Gustavo Victorino, da Rede Pampa; Eládio Vieira da Cunha, da ADI; Jair Francisco de Souza, da Adjori; e Roberto Melão, da Agert.
O presidente da Cotrijal, Nei Mânica avaliou que a imprensa é de extrema importância em todo o processo de retomada da economia e ressaltou que os veículos precisar auxiliar na busca da retomada responsável das atividades econômicas.
O presidente da Fecomércio RS, Luiz Carlos Bohn, fez um apelo pela retomada das atividades produtivas, com todos os cuidados e protocolos já apresentados pela entidade ao governo do Estado. “Não podemos esperar mais tempo, é urgente que façamos esse retorno com muito cuidado aos
trabalhadores, clientes das lojas, porque saúde financeira também é saúde de todas as pessoas”, afirmou, manifestando grande preocupação com o aumento do desemprego. Ele ainda apresentou números sobre queda nas vendas no comércio. Conforme Bohn, a partir de 16 de março, o setor apresentou queda de 25,8% no varejo e 9,8% no atacado, sendo que o vestuário teve redução de 80% em relação à média de vendas no comparativo com o mesmo período do ano passado.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, apresentou números sobre o prejuízo de vários segmentos industriais, no período de 16 de março a 17 de abril, devido ao isolamento social implementado por conta do coronavírus. Segundo ele, o prejuízo geral, baseado nas notas fiscais eletrônicas emitidas no período, é de R$ 180 milhões por dia. No setor coureiro-calçadista, a queda foi de 72%; no de móveis, 54%; no têxtil e confecções, de 53%; e no metal-mecânico, de 49%. “O empresário nunca demite imediatamente. Ele espera pelo menos 30 dias, mas agora começou o movimento de redução de pessoal nas empresas. E isso vai se intensificar”, projetou. Petry complementou dizendo que, neste momento de baixo consumo, não adianta a indústria produzir mais sem ter onde colocar os produtos por causa do fechamento do comércio. Ainda fez um apelo para que a imprensa, representada na reunião, não divulgue apenas o número de infectados e mortos pelo coronavírus, mas também o de recuperados, e parabenizou os profissionais da saúde no enfrentamento à doença.
A presidente da Federasul, Simone Leite, manifestou sua preocupação com a crise econômica gerada pela pandemia, defendendo a realização de uma força-tarefa também para salvar vidas diante da situação econômica. Ela enfatizou que haverá redução na arrecadação por parte do setor público, o que torna a situação ainda mais grave. “Vamos torcer para que, aos poucos, consigamos retomar as atividades produtiva a partir da publicação do decreto do governo do Estado que vai traçar diretrizes de segurança a
serem aplicadas diante do retorno das atividades”, disse.
O presidente do Conselho de Administração da Tramontina, Clovis Tramontina, iniciou sua fala criticando as decisões mais duras de fechamento do comércio, avaliando que as mortes evitadas pelo afastamento poderão acontecer depois, na falta de empregos e na violência, decorrentes da economia desestruturada. Descreveu situação que passou
com um fornecedor, com o qual foi preciso contratar apenas serviços essenciais, gerando assim uma queda de arrecadação que resultou na demissão de funcionários por parte desse fornecedor. Tramontina registrou o grande movimento de solidariedade que tem partido das empresas privadas, mas alertou que a solidariedade só se manterá se as empresas continuarem produzindo. Comentou também a preocupação com a arrecadação do Estado, uma vez que os salários dos funcionários estaduais já são parcelados e, com a queda da arrecadação, a situação poderá se agravar mais ainda. O empresário também se manifestou quanto ao processo de retomada das indústrias. “De nada adianta a indústria produzir se o comércio não consegue entregar aos consumidores”, salientou. Criticou duramente a medida do governo que definiu limites para pequenos comércios mas manteve abertos os grandes mercados. Considerou incoerente permitir que um supermercado venda seus produtos e uma loja de ferramentas, por exemplo, não poder fazer o mesmo. “Todos seremos muito responsáveis com a retomada, seguindo protocolos definidos, e tomaremos os cuidados necessários para que as pessoas se protejam”, concluiu Tramontina.
Os representantes dos veículos de comunicação relataram dificuldades do setor devido à crise gerada pela Covid-19, como as perdas de receita de publicidade que variam de 30% a 80% e já provocam demissões nas empresas. Sobre a cobertura editorial, reforçaram o serviço prestado com informações sérias e de utilidade pública, com foco na prevenção do contágio da doença. Também foi mencionada a busca por uma linha editorial construtiva, de união, de esperança, de tentar trazer alento às pessoas, apoiando a retomada econômica de forma gradual e com responsabilidade.
Também se manifestaram os presidentes do LIDE, Eduardo Fernandez, do Transforma RS, Daniel Randon, da ACI Novo Hamburgo, Marco Aurélio Kirsch, do Sicadergs Rogério Kerber, do Siconv-Fenabrave, Ambrósio Presce, da Abrasel, Fernanda Tartoni, do Sinepe, Carlos Milioli, da RTI-Fetergs, Pedro Teixeira, do Cremers, Eduardo Trindade, da CIC-Bento Gonçalves, Rogério Capoani, da Calçados Bibi, Marlin Kohlrausch, da John Deere, Paulo Herrmann, do Sindha, Henry Chmelnistsky, do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Instituições Comunitárias de Educação Superior no Estado do RS (Sindiman), Oto Moerschbaecher, da Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos – Sede RS (Abimaq/RS), Hernane Cauduro, o diretor de Oportunidade e Novos Negócios da Associação Comercial e Industrial de Canela (ACIC), Alfredo Schaffer, além de deputados estaduais.